24 fevereiro 2009

Economia dos EUA sofre "severa contração", diz Fed, mas irá se recuperar em 2010

A economia americana sofre uma "severa contração" e é preciso utilizar todos os instrumentos disponíveis para que o país saia da recessão em que se encontra desde dezembro de 2007, diz o texto do testemunho que o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, apresentará ao Comitê Bancário do Senado nesta terça-feira. Ele prevê, no entanto, que a recessão terá fim neste ano e 2010 será "um ano de recuperação", se forem tomadas medidas pelo governo para estabilizar os mercados financeiros.

"Se ações forem adotadas pelo governo e o Congresso e o Fed forem bem-sucedidos em restaurar alguma medida de estabilidade financeira há uma perspectiva razoável de que a atual recessão venha a terminar em 2009 e de que 2010 seja um ano de recuperação", diz o texto.

A economia dos EUA, no entanto, está em recessão desde dezembro de 2007, segundo o Nber (Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês).

Recessão, segundo o Nber, é um significativo declínio na atividade econômica e que costuma durar mais que alguns poucos meses: ela começa quando a economia atinge um pico do ciclo econômico e termina quando atinge o ponto mais baixo. Para o Nber, a economia americana atingiu um pico em dezembro de 2007, marcando o fim do ciclo de expansão começado em novembro de 2001 e o início da recessão.

O critério mais comum para determinar se um país está em recessão ou não, no entanto, é uma sequência de dois trimestres consecutivos de desempenho negativo do PIB (Produto Interno Bruto). Nesse critério, a economia dos EUA também está em recessão --no quarto trimestre houve uma contração de 3,8%, antecedida por uma queda de 0,5%.

Com base em dados de dezembro, analistas consultados pelo diário americano "The Wall Street Journal" disseram que a contração no trimestre passado pode ser revista para baixo e passar a ser de 5%.

Bernanke reafirmou as previsões contidas na ata da reunião de política monetária do Fed realizada no mês passado: para este ano, a taxa de desemprego deve ficar entre 8,5% e 8,8%; a economia deve ter queda de 0,5% a 1,3% neste ano, antes de começar a se recuperar a partir de 2010, a um ritmo de crescimento de 2,5% a 3,5%, com índices talvez mais altos que esses em 2011.

Para o presidente do BC americano, se as condições dos mercados financeiros melhorarem, "a economia vai ganhar apoio crescente dos estímulos fiscal e monetário, do efeito saudável da queda acentuada nos preços da energia e do melhor alinhamento entre os estoques das empresas e as vendas finais".

Mesmo assim, Bernanke destacou a "considerável incerteza" que ainda domina a economia americana.

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